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Relação tóxica: é só com gente?

  • Foto do escritor: Patricia Zucker
    Patricia Zucker
  • 9 de abr.
  • 4 min de leitura

Vamos falar de uma coisa muito comum, mas que poucos se dão conta, as relações tóxicas.


Antes, o que é uma relação tóxica? É quando você se relaciona com o objeto (pode ser uma pessoa, um projeto, um grupo, um ambiente) de forma agressiva, negativa, que te maltrata e gera sentimentos de frustração, medo, angústia, raiva... Mas você não muda, não se liberta, não sai dessa relação.


Casal brigando

Vou começar com o exemplo mais comentado, o das relações conjugais. Numa relação tóxica com o seu (sua) parceiro (a), existe a famosa experiência de “amor e ódio”. Numa hora o amor aparece, são os momentos de cuidado, de preocupação, de carinho. Mas do nada, aparece o ódio, carregado de gritos ou xingamentos, acusações, humilhações, e que podem vir acompanhadas de violência física mútua ou não. Independente da forma, sempre há o prejuízo emocional.


Mas por que as pessoas vivem esse tipo de relação?


Pode ser por vários fatores: medo, insegurança, falta de perspectiva, baixa autoestima, negação (a pessoa acredita que as coisas vão mudar), e até prazer. Sim, prazer, há mais coisas no nosso inconsciente do que imaginamos, e muitas pessoas encontram o prazer na dor. Tá em choque? Acredite, é isso mesmo.


"Há mais coisas no nosso inconsciente do que imaginamos, e muitas pessoas encontram o prazer na dor."

Sentir prazer na dor, pode sugerir a necessidade de autopunição (talvez, motivada pela culpa), a crença de que isso é o máximo que ela pode ter (motivada pela baixa autoestima), nos exemplos vivenciados na infância (cresci vendo meus pais se relacionarem assim, foi o que aprendi e hoje reproduzo), e em várias outras raízes. Então a pessoa se sente confortável dentro daquele universo a tal ponto de não querer sair, como um vício, uma escravidão. E mesmo quando percebe como vive, continua lá...

“não sei viver sem ele (ela)”

Outro exemplo:


Estudante desanimada

“Moena faz o curso de direito, seu pai é advogado e um tio é juiz em São Paulo. Desde pequena ela foi moldada para seguir a carreira, não teve outras aspirações. Será?

Mas Moena se encanta com as propagandas na TV, as artes criadas na web, sua cabeça vive cheia de ideias, e até modifica em pensamento, muitas das coisas que vê. Seu curso é interessante, mas ela não sente entusiasmo pela carreira, tendo momentos de raiva, desânimo, apatia e até pensamentos de “sumir”. Mas se questionada, ela defende a advocacia com garras e dentes.

Esse é um claro exemplo de relação tóxica com o projeto de vida que aceitou pra si. Note que ela “aceitou”, não escolheu.


Por que não tranca a faculdade e se matricula no curso de Marketing então?


"Ela acredita que nasceu pra ser advogada, ouve isso desde a infância."

Porque essa decisão envolve muita coisa. Medo de decepcionar a família, de não ter talento para outra coisa, a crença de que é obrigada a seguir os passos do pai e trabalhar ao seu lado quando se formar. Ela acredita que nasceu pra ser advogada, ouve isso desde a infância. Mas não tem a menor paciência para os discursos, as leituras intermináveis de livros “chatos” e o ar pesado dos direitos e deveres. Nem tem mais vontade de sair com os amigos de infância, ela sente necessidade (ou obrigação) de só se relacionar com quem é da área, e sempre retorna dos encontros sociais mais cansada do que deveria, duvidando se terá energia para enfrentar o dia seguinte. Sente que alguma coisa está errada, mas não entende o que, se convence de que “se tem alguma coisa errada, é ela”.


“se tem alguma coisa errada, é ela”...



Homem bravo com o celular

Já Antônio, tem um celular antigo, que hora funciona, hora trava. Limpa a memória frequentemente, comprou armazenamento na web e nada resolve. Ele pode comprar outro, mas a ideia de ter que configurar, transferir arquivos, e todo o trabalho que envolve, o desanima totalmente. Sem falar que certamente perderá alguma coisa importante no processo.


Então Antônio se acostumou a reclamar constantemente do celular, se adaptou ao aparelho que não funciona direito e se acomodou na situação. Seus amigos fazem piada e o consideram agora “o chato” da turma, o que o deixa ainda mais incomodado, mas ele continua fiel ao seu ”companheiro”.  “Eles não entendem que meu celular guarda a minha vida? Meu trabalho, minhas interações sociais tá tudo ali!” Então Antônio passou a reclamar de tudo, em todo lugar há alguma coisa que não funciona direito ou não está a contento... Isso mudou o seu comportamento e sua interação com o meio social.


“Eles não entendem que meu celular guarda a minha vida? Meu trabalho, minhas interações sociais, tá tudo ali!”

Tudo por causa de um celular? Sim... esse foi o gatilho, já que pra ele, é algo da maior relevância na sua vida.


"O que pra uns, é pouco... pra outros, é tudo!"

Você viu exemplos distintos de uma relação tóxica, o que todas tem em comum? Viu que uma relação tóxica não é só com gente. Alguma situação lhe parece familiar? Se uma a relação com o (a) parceiro (a) é algo que você já tenha visto, saiba que o tóxico (lembrando, o que te desperta sentimentos e emoções ruins, mas você não abandona) está em todo lugar. Até no fato de você continuar lendo esse texto, mesmo sem ter vontade ou interesse. (se for esse o caso kkk).

Percebe?


Dica: tente avaliar porque você faz isso. Por que você continua fazendo coisas que te incomodam?

Você, ao menos, é capaz de identificar as coisas que te incomodam?

Pesou? Busque ajuda!

Não se identificou? Provavelmente você conhece alguém que vive isso... só observe...






6 comentários

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Convidado:
09 de abr.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Excelente texto.

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Patricia Zucker
Patricia Zucker
26 de abr.
Respondendo a

Agradeço pelo seu feedback... continue acompanhando 😉🙏

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Marvin
09 de abr.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Ótimo conteúdo!

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Patricia Zucker
Patricia Zucker
09 de abr.
Respondendo a

Grata!! Espero que tenha sido útil 😊

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Maria Pereira dos Santos
09 de abr.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Como sempre Patrícia, sábias palavras em relação a um tema de suma importância. Parabéns pelo conteúdo.

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Patricia Zucker
Patricia Zucker
09 de abr.
Respondendo a

Grata Maria, que bom que você gostou. Se puder, compartilhe com os amigos... 😉

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