top of page

O que são óleos essenciais?

Atualizado: 18 de jan.

Muito se tem discutido sobre a eficácia dos óleos essenciais como abordagem terapêutica, vários estudos científicos ao longo de anos mostraram mais ou menos eficácia desse ou daquele óleo essencial em objetivos isolados. Alguns são analisados in vitro, outros estudos são realizados in vivo, e outros são revisões comparativas de estudos já realizados, na tentativa de se chegar à uma conclusão.

campo de flores

Um dos maiores problemas encontrados é o fato de que os óleos essenciais não são padronizados. A natureza não os faz de forma uniforme, cada lote de óleos essenciais pode ter uma concentração química diferente, a depender de vários fatores como, mudanças de temperatura, excesso ou escassez de chuvas, composição do solo, incidência de ventos, ataque de pragas, polinização, defesa contra predadores, região, época de plantio e colheita... Além das próprias características genéticas da planta, claro. São muitas varáveis.


Por esse motivo, podemos encontrar um mesmo óleo essencial com variações, de acordo com o lote produzido, até do mesmo produtor. É isso que os torna tão complexos, além do fato de que óleos essenciais possuem uma gama de substâncias variadas, com indicações específicas e que podem ser aliadas ou antagônicas entre elas. São dezenas e até centenas de substâncias diferentes em cada vidrinho. Por isso a importância de saber usar essa maravilha para cuidar da saúde.

A Natureza não os faz de maneira uniforme, cada lote de óleos essenciais pode ter uma concentração química diferente...

René-Maurice Gattefossé
René-Maurice Gattefossé

Óleos essenciais são utilizados desde a antiguidade em perfumes pessoais, para perfumar casas de banho e templos, conservação de cadáveres, como remédios naturais... A indústria moderna os utilizava principalmente na fabricação de perfumes e como saborizantes/aromatizantes em alimentos, até que em 1910, o engenheiro químico francês, René-Maurice Gattefossé, se acidentou no seu laboratório e, como a medicina alopática da época não conseguiu tratar seu ferimento, tendo inclinação para a amputação, resolveu testar o óleo essencial de Lavanda no ferimento. O resultado foi tão surpreendente que ele iniciou pesquisas a respeito do poder terapêutico dos óleos essenciais e dedicou a sua vida a esse universo, sendo consagrado como o Pai da Aromaterapia.


A partir daí, as notícias se espalharam atraindo a atenção de tantos outros pesquisadores, e hoje, a indústria já não se resume mais à alimentos e perfumaria. Você pode se surpreender com o número de produtos contendo óleos essenciais em sua composição. Sabonetes, cremes dentais e enxaguantes bucais, xampus, condicionadores, amaciantes de roupas, produtos de limpeza, medicamentos... Sim, a indústria farmacêutica também utiliza os componentes químicos dos óleos essenciais em formulações de muitos medicamentos.


vidrinhos de óleos essenciais com flores

E para você que não entendeu a expressão “componentes químicos”, saiba que as substâncias que eu venho mencionando aqui e que fazem parte da composição dos óleos essenciais, são substâncias químicas. Não vamos confundir com substâncias sintéticas, que são criadas em laboratórios. Dentro de você, neste exato momento, está acontecendo um número infinito de reações químicas, em seu corpo todo! Nesse caso, são substâncias químicas naturais, assim como as produzidas pelas plantas e que, do seu metabolismo secundário, tiramos os óleos essenciais.


Com o avanço das pesquisas, descobriu-se que cada uma dessas substâncias sozinhas ou combinadas, produzem efeitos semelhantes ao das plantas no corpo humano. Exemplos: uma planta “X” percebe o ataque de fungos, então produz algumas substâncias na tentativa de combater esses microrganismos e assim, continuar saudável. Ou então ela está pronta para a reprodução, produzindo substâncias aromáticas que vão atrair polinizadores. Ou ainda, tem folhas e frutos que atraem predadores, produz então uma substância criando um cheiro ruim, um sabor amargo ou uma irritação na mucosa para repelir o ataque e não ser comida.


Então, fica relativamente fácil deduzir que uma substância que combate fungos, pode ser eficaz também no combate a micoses na pele humana. Uma substância que é capaz de recuperar o estrago feito numa planta, seja pelo motivo que for, também pode ser cicatrizante e regenerativa. E foi assim que tudo começou!


Não quer dizer que se você pegar uma folha ou um fruto e esfregar na pele, terá a mesma reação, ao contrário, no caso dos cítricos, por exemplo, você pode gerar irritação e até queimadura e manchas, se exposto ao sol.

Muito desse conhecimento veio até nós pela sabedoria popular através dos nossos antepassados. Lembra que eu disse que há registros muito antigos? Um dos mais famosos é a descoberta de potes contendo resquícios de óleos essenciais nas tumbas do antigo Egito. Nossas ancestrais já utilizavam as plantas nos cuidados com a família (uma prática exclusiva das mulheres em muitas culturas) em forma de chás, unguentos, pomadas, banhos, compressas... As famosas curandeiras.

E muitas foram consideradas bruxas por usar esse conhecimento que era transmitido oralmente ou em caderninhos de receitas, de geração a geração.

Claro que não é a mesma coisa, para um litro de óleo essencial pode-se precisar de toneladas de matéria prima, sejam folhas, flores, caules, raízes, sementes ou frutos. Então fica evidente que tomar uma xícara de chá não terá, nem de perto o mesmo efeito que uma gota de óleo essencial. Por isso devemos ter muito cuidado quando utilizamos esses compostos químicos, eles são altamente concentrados e podem fazer mais mal do que bem para uma pessoa, a depender de uma série de fatores como: forma de uso, duração do tratamento, objetivo, idade, estado de saúde, se usa outras substâncias como medicamentos e até álcool ou outras drogas. O risco de uma interação medicamentosa é bem grande, assim como alergias e outras “reações químicas” no nosso sistema.


Nem um terapeuta habilitado está livre de encontrar diante de si, um cliente com uma pré-disposição alérgica que não conhecia. Nesse caso é adotado um protocolo de recuperação da crise de acordo com o caso, e eliminado o agente causador da alergia, daquele tratamento. Geralmente é adotado um teste de alergia antes do tratamento em atendimentos presenciais, mas com o aumento dos atendimentos à distância, fica impossível realizar tais testes, portanto, ficamos na expectativa de que tudo corra bem, assim como medicamentos que o seu médico prescreve e você, quando começa a tomar, sente reações adversas. Nesse caso, adota-se a substituição do princípio ativo e tenta-se novamente.


No próximo post da série, vou explicar como acontece a interação dos óleos essenciais através do olfato e como ele age no seu humor.



Inscreva-se para ser notificado. Até lá!



O texto acima é autoral. A reprodução parcial é permitida desde que autorizada previamente e acompanhada de uma menção ao blog.

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page